sábado, 15 de junho de 2013

17 de Junho será um dia decisivo

Em desespero ministério tenta que pouco mais de 5 mil boicotem a greve de 110 mil.


Uma greve de grande alcance numa luta que é para vencer
 

            A greve dos professores ao exame de Português do 12º ano, convocada para o próximo dia 17 de Junho, é talvez a greve mais importante da sua história recente. Em pouco tempo, os professores mobilizaram-se e organizaram-se com uma intensidade e determinação que poucos pensavam que fosse possível. O aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais e o despedimento colectivo que se pretende efectuar de professores do quadro e de professores contratados, foi a gota de água que fez transbordar uma taça já cheia de humilhações e prepotências levadas a cabo pelos governos de Sócrates e pelo governo actual de passo Coelho e Paulo Portas.
            Agora a iniciativa está do lado dos professores. A luta pela revogação da aplicação aos professores do aumento do horário para as 40 horas, é uma luta que só não sairá vitoriosa se as direcções sindicais não estiverem à altura dos acontecimentos. Os professores estão dispostos a tudo para triunfar nesta luta e não perdoarão uma traição. Uma vitória dará uma força enorme à luta por outras reivindicações. Essa vitória não é fácil. Em desespero, o Ministério da Educação convocou a totalidade dos cerca de 115 mil professores do ensino público para tentar que pouco mais de 5 mil (cerca de 5% do total) furem a greve dos restantes 110 mil. Mesmo assim, não irá provavelmente conseguir os seus objectivos.
  A próxima  segunda-feira será um dia decisivo. Se pelo menos uma parte dos exames não se realizar, fica aberto o caminho para uma vitória total, agora ou em Setembro.


Leopoldo


4 comentários:

  1. Nunca fui a favor de greves à 6ª ou à 2ª para prolongar fins de semana! Nunca fui a favor de greves que não mostrassem refletir um resultado...

    Mas segunda feira faço greve. Não por mim, que estou no topo da carreira... Faço greve pelos meus filhos, pelas crianças e jovens que são alunos, pelos(as) colegas que no próximo ano não terão trabalho porque nós - os do "quadro" - teremos as turmas com mais alunos (e neste caso quantidade não é, de facto, qualidade - vai haver mais uma vítima, o sucesso escolar!) e teremos menos condições de trabalho! Faço greve pelos futuros licenciados que não obterão emprego e serão obrigados a emigrar...

    Faço greve porque é a única forma que possuo de manifestar a minha oposição a tanta hipocrisia, a tantos benefícios para uns e tão poucos para outros... Faço greve porque ainda hoje tive na minha sala dois alunos sem lanche... porque durante o ano tive dois alunos a quem os pais não conseguiram comprar os livros de fichas...

    Faço greve porque estou farto de prepotências - principalmente da parte de pessoas que desconhecem a realidade! Porque não sou subserviente... Faço greve porque entendo que esta greve não prejudica os alunos - o tal "papão" que constantemente tem sido apresentado - ou então demonstrem-me o contrário... Porque estou farto que joguem emocionalmente com os Professores (sim, escrevo professores com "P") e que sobre eles façam chantagem moral... Porque estou cansado de nos tentarem manipular! Porque é hediondo tentarem virar os pais contra os docentes...

    Faço greve porque, apesar de ser do 1º CEB (por opção própria!), estou solidário com todos os colegas do 2º e do 3º CEB do meu agrupamento! SOMOS TODOS PROFESSORES, e ser Professor é formar cidadãos livres que saibam pensar por si próprios... e felizmente tive Professores que isso me ensinaram! A eles aproveito aqui para agradecer!

    Vai-me custar? Vai, claro que vai, porque vou perder o salário de um dia de trabalho e faz-me falta na situação atual... mas a dignidade não tem preço, mesmo que se tenha de pagar por ela!

    Recordo aqui o saber de António Nóvoa: "é tempo de dizer não. Não à degradação da escola pública. Não à mobilidade dos professores. Não a um país sem futuro. Como dizia Sophia de Mello Breyner: ‘Perdoai-lhes, Senhor, porque eles sabem o que fazem’".

    Faço greve porque digo não a um país sem futuro... e porque eles sabem o que fazem mas eu não lhes consigo perdoar.

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    1. Excelente, caro colega e amigo,
      Uma boa análise, uma boa resposta às medidas prepotentes do INCrato.
      Abraço.

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  2. Leopoldo,
    tens razão, SEm dúvida alguma que o dia 17 é decisivo, fundamental, para o êxito da nossa luta.
    Abraço,
    Luís Sérgio

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