terça-feira, 25 de junho de 2013

Valeu a pena !

Ainda a quente...

Valeu a pena !
Encerrou-se hoje de forma vitoriosa um capítulo da luta que os professores e restantes trabalhadores portuguese têm pela frente nos tempos mais próximos. Foi uma luta prolongada, desgastante, onde sobressaiu, apesar da minoria acéfala, a união e força dos professores. Não conseguimos impor tudo o que pretendíamos e seria mais que justo, de qualquer modo, com o entendimento, (satisfatório) ao pararmos no imediato os intentos mais tenebrosos e gravosos do governo fascista Passos/Portas demos um passo em frente. Comprovou-se que é possível em próximas batalhas avançar mais e inscrever em forma de lei e de prática melhores condições para o exercício da profissão docente e de salvaguarda da escola pública. Ganhámos, mas não podemos ficar por aqui. As 35 horas terão de ser, custe o que custar o ponto de partida para os horários dos professores, a mobilidade especial tem que morrer de vez. Crato tem de ir para a rua. Está provado que encarnou a figura do Nero da escola pública e do mata-professores, foi ao tapete, mas não chega, precisamos de bani-lo do poder e com ele devem ir os mandantes Passos e Portas.
Esta vitória da força, da união e da organização dos professores terá de continuar e de melhorar. Teremos pela frente um final de ano menos sombrio, uma hipótese de concluirmos com menos angústia e sofrimento um ano lectivo dos mais difíceis de sempre. Terminou apenas uma batalha, grande e importante é verdade, ainda assim, a guerra está só suspensa, os “lobos” continuam à espreita e se apanharem o rebanho distraído atacarão de novo. De qualquer modo, fica a lição: os cordeiros unidos, com a razão e a justiça do seu lado transformar-se-ão em tigres.
 Apesar da aparente bonança que se avizinha, o país precisa de nós, da nossa luta da nossa força. Dia 27 temos que mostrar que queremos melhor educação, queremos mais e melhor escola pública,  queremos um país sem austeridade, livre de ocupantes sejam eles troicas ou outros bilderbergs que tais, por isso, vamos à luta, vamos à greve para ajudar a derrubar os farsantes que nos desgovernam.


Luís Sérgio

domingo, 23 de junho de 2013

"PROFESSORES, PROLETÁRIOS, MISSIONÁRIOS"


Deixo-vos com um excelente texto de António Guerreiro, sobre a proletarização dos professores (publicado no Ipsilon de sexta passada e republicado por Sérgio Lavos no Facebook):



Em 1971, Roland Barthes escreveu, para a revista Tel Quel, um texto a que deu o título: Escritores, Intelectuais, Professores. Por si só, tal título mostra como os professores foram entretanto deslocados e já não pertencem a esse mundo de outrora. Eles surgiam então ao lado de outras duas respeitáveis classes (que, aliás, também já não têm o mesmo estatuto), enquanto detentores de uma autoridade adquirida automaticamente pela “parole professorale”. Essa modalidade de discurso, herdeira da Retórica e dotada de uma autoridade moral conferida pelo saber, não podia sobreviver às novas condições que retiraram o saber da esfera exclusiva do cânone escolar e em que o professor, obrigado a responder a novos objectivos da escola que já nada têm que ver com a sua missão original (objectivos cada vez mais políticos: retardar a entrada dos jovens na vida activa, corrigir as desigualdades sociais, substituir a educação parental, policiar os costumes, etc.), teve que começar a enfrentar tarefas policiais, psico-sociais e de animação. A fortuna de um actual ministro que chegou ao seu posto à custa da denúncia do “eduquês” deve-se ao facto de, com esse chavão, ele apontar para um desvio da escola em relação a essa missão original que, presume-se, ele achava que podia e devia ser restaurada. Entretanto, em sentido contrário a uma tal missão, os professores têm sido submetidos – sem tréguas e desde há muitos anos – ao tratamento mais ignóbil a que uma classe profissional pode estar sujeita. Se quisermos utilizar um termo genérico para designar o que lhes foi infligido (para além das “sevícias” – da parte dos alunos, da parte dos pais – a que ficaram expostos a partir do momento em que lhes foi retirado todo o domínio) temos de falar de uma progressiva, sistemática e programada proletarização. Em que é que ela consiste? Numa total perda de autonomia, até ao ponto em que a actividade do professor deixou de ser uma actividade intelectual. A partir desse momento, a autoridade do professor – que, aliás, para existir é necessário que esteja integrada num sistema que a detenha – ficou completamente arruinada. O sinal mais óbvio dessa proletarização – aquele onde ela é exibida pela máquina governamental com uma clara intenção de humilhação – é o horário de trabalho. Dantes, o trabalho do professor compreendia o tempo controlado (o tempo lectivo) e o tempo autónomo, que ninguém conseguia avaliar exactamente a quanto correspondia – dependia do treino, dos escrúpulos, da responsabilidade e do sentido de missão do próprio professor. Daí, a ideia tão repetida de que os professores gozam (gozavam) de um horário privilegiado. Agora, não só o tempo de trabalho controlado aumentou bastante, como aquilo que deveria ser tido por conta de trabalho autónomo perdeu esse estatuto porque o Ministério o passou a contabilizar no horário oficial: trinta e cinco horas de trabalho na escola, mais cinco horas de trabalho em casa. Quem alguma vez foi professor sabe bem que essas cinco horas semanais estão longe de ser suficientes. Mas pior do que fazer horas extraordinárias que não são pagas é sentir que até o pouco que resta aos professores de tempo autónomo entra na contagem diabólica do tempo controlado. O horário dos professores pode até não ter efectivamente aumentado. Mas, em termos simbólicos, chegou-se à estação terminal que diz: proletarização."


Republicação de David Luna de Carvalho

sábado, 22 de junho de 2013

A LUTA CONTINUA !


Prossegue greve às avaliações.
Greve às avaliações a 24, 25, 26 e 28 de junho. Greve Geral no dia 27.
Segunda-feira - 24 -  é um dia fundamental.
Parar agora com as negociações a reiniciarem-se, sem nada de fundamental garantido (35 horas e não aplicação da mobilidade aos professores) seria morrer na praia. Um erro estratégico. A História e as nossas vidas não nos perdoariam. Por mais que custe temos de resistir.




terça-feira, 18 de junho de 2013

Pelas 35 horas .

Uma luta fundamental !
Oportuno, faz todo o sentido, adaptem e sigam o exemplo.
Abaixo-assinado
 
A MANUTENÇÃO DO HORÁRIO SEMANAL DE 35 HORAS
É UMA EXIGÊNCIA IMPORTANTE E INALENÁVEL
DA LUTA ACTUAL DOS PROFESSORES
 
Às Organizações Sindicais dos Professores,
 
No âmbito da consulta que as organizações sindicais dos professores estão a realizar junto dos seus associados e da generalidade dos professores das escolas, os docentes da Escola Secundária da Sé (Guarda), abaixo-assinados, entendem dever manifestar a seguinte posição:
As duas principais exigências imediatas de que, muito correctamente, as organizações sindicais dos professores se têm feito porta-vozes – a recusa do aumento do horário das 35 para as 40 horas semanais e a recusa da possibilidade do despedimento de professores do quadro (através do chamado regime de mobilidade especial) e dos professores contratados necessários às escolas – estão indissoluvelmente ligadas, isto é, a satisfação de uma exige a satisfação da outra.
De facto, conseguir que o despedimento de professores não ocorra de imediato mas permitir, por outro lado, a aplicação do horário semanal de 40 horas, significa apenas adiar esse despedimento por alguns meses. O compromisso de corte de despesas que o Governo assumiu com a tróica para ser aplicado de imediato na educação implica reduzir, já neste ano lectivo, em cerca de 14 mil o número de professores nas escolas, sendo que o principal instrumento que o governo conta utilizar para alcançar esse objectivo é o aumento do horário de trabalho dos professores.
A força da luta e da mobilização dos professores obrigou o Ministro Crato a vir dizer, na semana passada, que o aumento de cinco horas no horário semanal iria integralmente para a componente de trabalho individual da componente não lectiva do horário e que isso corresponde apenas à consagração legal de uma situação que já existe, que é o cumprimento de um trabalho efectivo de 40 horas semanais que a maioria dos professores já realiza. Aceitar esta solução e este argumento, constituiria um erro por dois motivos.
Primeiro, porque uma tal solução permite que este ou outro governo venha proceder a aumentos efectivos na componente lectiva e na chamada componente não lectiva de estabelecimento assim que tenha condições para o fazer, com o argumento de estar apenas a repor a duração da componente de trabalho individual (8,5 horas) que o horário de 35 horas semanais actualmente contém.
Em segundo lugar, porque o argumento de que os professores já trabalham 40 horas semanais nunca deverá servir para consagrar legalmente esse horário, mas tem de servir sim para remover os atentados à profissão que levaram a que os professores tenham de trabalhar (em média anual) pelo menos 40 horas semanais para desempenhar de uma forma minimamente eficaz e correcta as suas funções docentes.
No que diz respeito ao nosso caso de professores do 3º ciclo do ensino básico e do secundário, aqueles atentados – levados a cabo pelo governo actual e pelos dois governos Sócrates – consistiram em cinco medidas principais:
1) Reduzir de 13 (15, no caso de professores a leccionar exclusivamente no ensino secundário) para 8,5 horas o tempo de trabalho individual de que os professores dispõem;
2) Passar trabalho lectivo efectivo dos professores para a sua componente não lectiva, como é o caso das horas de apoio lectivo acrescido;
3) Aumentar em cerca de 15% o número máximo de alunos por turma;
4) Reduzir (por via de alterações legais nas exigências de idade e tempo de serviço) ou preencher com trabalho na escola (muito do qual trabalho lectivo) as horas de redução da componente lectiva, facto que constitui uma negação da razão de ser (o desgaste provocado pela natureza do trabalho docente) dessa mesma redução da componente lectiva;
5) Retirar aos directores de turma a redução da componente lectiva a que tal função conferia direito.
Para além destas medidas que afectam todos os professores, houve também outras que atingiram grupos disciplinares específicos e que se traduzem num nítido acréscimo de trabalho, como foi o fim do par pedagógico na disciplina, hoje dividida, de Educação Visual e Tecnológica, e as reduções de horas lectivas e de desdobramento de turmas nas disciplinas com componente curricular de carácter experimental.
Pela sua natureza, exigências e características, a que acrescem as condições adversas em que frequentemente tem de ser exercida em muitas escolas e regiões do país (sobrelotação de turmas e escolas, ambientes sociais pouco propícios às actividades escolares e de aprendizagem por parte dos alunos, etc.), à profissão docente em Portugal não deverá nunca exigir-se, em média (do conjunto dos professores e do período anual de trabalho de 11 meses), mais do que 35 horas de trabalho semanal. E, como os próprios governantes actuais vieram reconhecer – com outros objectivos, é certo –, desse total de 35 horas, a componente de trabalho individual nunca deverá ser inferior a, pelo menos, 13 horas semanais, o que exige que todo o trabalho lectivo seja efectivamente incluído na componente lectiva dos professores.
Por tudo o que ficou exposto, consideramos que nunca deverá aceitar-se a imposição aos professores de um horário legal de 40 horas semanais. Preservar as 35 horas semanais significa a possibilidade de lutar pela criação de condições – que hoje manifestamente não existem, na maior parte dos casos – para que os professores possam desempenhar as suas funções docentes de uma forma eficaz e profícua, com benefício para todos os alunos e para o país. Tais condições pressupõem que seja interrompida e revertida a enorme sangria de professores nas escolas (cerca de 40.000 professores a menos, no curto período de cinco anos), a qual é incomensuravelmente superior, em proporção, à diminuição do número de alunos no sistema educativo.
Guarda, 17 de Junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A indiferença

Vem a pretexto da atitude que alguns colegas adotaram hoje!


Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afetou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.

Bertolt Brecht

Sem credibilidade


A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) lamentou hoje a forma como estão a decorrer os exames nacionais do Ensino Secundário, considerando que o ministro da Educação perdeu "toda a credibilidade".

"Os pais estão a ver aquilo que está a acontecer hoje, dia de exame, como um precedente. Não sei como é que o Ministério vai conseguir resolver e atender aos constrangimentos que foram causados", disse à Lusa o responsável da direção da CNIPE Rui Martins, referindo-se ao facto de nem todos os alunos inscritos terem conseguido realizar hoje o exame de Português, devido à greve de professores.

Para Rui Martins, "criou-se uma bagunça" e ainda não é conhecida uma solução: "Neste momento não sei como é que o ministro vai resolver o assunto e perdeu toda a credibilidade".

In: Diário económico (on-line)

Se perdeu toda credibilidade só lhe resta um caminho: Abrir as Portas da Rua, Já!
Quanto ao resto processem-no.

domingo, 16 de junho de 2013

Vigiar aquela sala?


Eu não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros...

Não resisto a partilhar uma nota de uma aluna do 12º ano, Inês Gonçalves, partilhada no seu perfil do Facebook.

de Inês Gonçalves (Notas) - Quinta-feira, 13 de Junho de 2013 às 22:04
 

Estudo no 12º ano, tenho 18 anos. Sou uma entre os 75 mil que têm o seu futuro a ser discutido na praça pública.
 
Dizem que sou refém! Dizem que me estão a prejudicar a vida! Todos falam do meu futuro, preocupam-se com ele, dizem que interessa, que mo estão a prejudicar…
 
Ando há 12 anos na escola, na escola pública.
Durante estes 12 anos aprendi. Aprendi a ler e a escrever, aprendi as banalidades e necessidades que alguém que não conheci considerou que me seriam úteis no futuro. Já naquela altura se preocupavam com o meu futuro. Essas directivas eram-me passadas por pessoas, pessoas que escolheram como profissão o ensino, que gostavam do que faziam.
As pessoas que me ensinaram isso foram também aquelas que me ensinaram a importância do que está para além desses domínios e me alertaram para a outra dimensão que uma escola “a sério” deve ter: a dimensão cívica.
 
Eu não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros, fui ensinada por professores! Esses professores ensinaram-me a mim e a milhares de outros alunos a sermos também nós pessoas, seres pensantes e activos, não apenas bonecos recitadores!
 
Talvez resida ai a minha incapacidade para perceber aqueles que se dizem tão preocupados com o meu futuro. Talvez resida no facto de não perceber como é que alguém pode pôr em causa a legitimidade da resistência de outrem à destruição do futuro e presente de um país inteiro!
Onde mora a preocupação com o futuro dos meus filhos? Dos meus netos? Quem a tem?
Onde morava essa preocupação quando cortaram os horários lectivos para metade e mantiveram os programas?
Onde morava essa preocupação quando criaram os mega-agrupamentos?
Onde morava essa preocupação quando cortaram a acção social ou o passe escolar?
Onde mora essa preocupação quando parte dos alunos que vão a exame não podem sequer pensar em usá-lo para prosseguir estudos pois não têm posses para isso?
Não somos reféns nessa altura?               
E  a preocupação com o futuro dos meus professores? Onde morava essa preocupação quando milhares de professores foram conduzidos ao desemprego e o número de alunos por turma foi aumentado?
 
Todas as atrocidades que têm sido cometidas contra nós, alunos, e contra a qualidade do ensino que nos é leccionado não pode ser esquecida nunca mas especialmente em momentos como este!
 
Os professores não fazem greve apenas por eles, fazem greve também por nós, alunos, e por uma escola pública que hoje pouco mais conserva do que o nome. Fazem greve pela garantia de um futuro!
 
De facto, Crato tem razão quando diz que somos reféns, engana-se é na escolha do sequestrador!
 
E em relação aos reféns: não são só os alunos; são os alunos, os professores, os encarregados de educação, os pais, os avós, os desempregados, os precários, os emigrantes forçados... Os reféns são todos aqueles que, em Portugal, hipotecam presentes e futuros para satisfazer a "porra" de uma entidade que parece não saber que nós não somos números mas sim pessoas!
Se há momentos para ser solidária, este é um deles! Estou convosco*

Inês Gonçalves
 

Manifestação Nacional de Professores, Lisboa, 15 de Junho de 2015


QUE O NOSSO SENTIR SE CONTINUE A MANIFESTAR NA GREVE DE AMANHÃ! SERIA VERGONHOSO DESTRUIR EM POUCOS MINUTOS UMA LUTA CONSEQUENTE DE SEMANAS, NO RASTRO DA DE GERAÇÕES! ...TODO O DIREITO FOI ADQUIRIDO COM ESTE ESFORÇO!





David Luna de Carvalho

Porque fazemos GREVE!


O professor não é só um funcionário publico, por isso tem um estatuto, Estatuto da Carreira Docente que estabelece algumas das regras deontológicas e estatutárias do seu percurso profissional. Estabelece o seu horário de trabalho, qual é a sua componente letiva e de trabalho individual, quais as regras de progressão, quais os seus deveres deontológicos, enfim estabelece todos ( ou a maior parte) das regras da profissão. Por isso um professor pode passar a ser reconvertido, quando por razões de saúde já não pode exercer a docência para um outro organismo, mas o contrário já não pode acontecer.Por isso fico irritada, muito irritada mesmo, quando vejo, os nossos governantes ou comentadores dizer que foi a Troika que mandou o horário dos docentes passar para as 40 horas. É mentira, uma mentira descarada. Porque para se mudar no horário dos docentes é necessário alterar o ponto 1 do  artigo 75.ºdo ECD. E isto não foi feito. Apenas e digo apenas de propósito, alguém decidiu que os funcionários públicos alterassem o seu horário de trabalho. E não o Estatuto da Carreira Docente. Por isso quando Marques Mendes vem para a televisão dizer que o Ministro não pode fazer nada porque a troika mandou fazer assim... está mentir com quantos dentes tem na boca. Para alterar o ECD não é a troika que o pode fazer, tem que ser a Assembleia e só como proposta de Lei. Quanto à mobilidade a mesma coisa. Também esta definido no Estatuto da Carreira Docente no ponto 1 do artigo 64.º as condições da mobilidade docente e nela não está prevista a mobilidade especial. Não pode o Estado ter, de repente, sem qualquer razão pedagógica, alterar as regras da profissão ( caso flagrante são os docente de EVT) e descartar docente que dedicaram uma vida à escola e à profissão apenas porque é mais barato, mas que não é o mais correto. Educar é uma tarefa cara, é um investimento no futuro de cada aluno, mas também no nosso futuro como nação, pois jovens mais bem preparados serão com certeza melhores profissionais. Por isso caros leitores não acreditem em tudo o que ouvem na televisão porque a maior parte é propaganda, descaramento, impreparação, falta de respeito por quem faz todos os dias o melhor pelos seus alunos. Como já escrevi num outro lugar ser docente é uma das profissões mais belas do mundo, pois transforma seres humanos em agentes da cultura e do conhecimento. E isso não se faz com 40 horas semanais nem com uma politica de total desprezo pela ESCOLA. E eu que sou Educadora de Infância segunda -feira lá estarei a fazer Greve, apoiando os colegas que não realizarão os exames do secundário, porque se cedermos agora nunca mais nos levantamos como profissionais e com dignidade. Não pensei que o Sr ministro cedeu no que quer que seja... não apenas fingiu  que assim o fez. Porque o que está em causa é muito mais do que se vê... é mesmo fazer do Estatuto da Carreira Docente tábua rasa!
Manuela Guedes

sábado, 15 de junho de 2013

17 de Junho será um dia decisivo

Em desespero ministério tenta que pouco mais de 5 mil boicotem a greve de 110 mil.


Uma greve de grande alcance numa luta que é para vencer
 

            A greve dos professores ao exame de Português do 12º ano, convocada para o próximo dia 17 de Junho, é talvez a greve mais importante da sua história recente. Em pouco tempo, os professores mobilizaram-se e organizaram-se com uma intensidade e determinação que poucos pensavam que fosse possível. O aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais e o despedimento colectivo que se pretende efectuar de professores do quadro e de professores contratados, foi a gota de água que fez transbordar uma taça já cheia de humilhações e prepotências levadas a cabo pelos governos de Sócrates e pelo governo actual de passo Coelho e Paulo Portas.
            Agora a iniciativa está do lado dos professores. A luta pela revogação da aplicação aos professores do aumento do horário para as 40 horas, é uma luta que só não sairá vitoriosa se as direcções sindicais não estiverem à altura dos acontecimentos. Os professores estão dispostos a tudo para triunfar nesta luta e não perdoarão uma traição. Uma vitória dará uma força enorme à luta por outras reivindicações. Essa vitória não é fácil. Em desespero, o Ministério da Educação convocou a totalidade dos cerca de 115 mil professores do ensino público para tentar que pouco mais de 5 mil (cerca de 5% do total) furem a greve dos restantes 110 mil. Mesmo assim, não irá provavelmente conseguir os seus objectivos.
  A próxima  segunda-feira será um dia decisivo. Se pelo menos uma parte dos exames não se realizar, fica aberto o caminho para uma vitória total, agora ou em Setembro.


Leopoldo


É para todos !



Um dia que se quisermos ficará na História.
Pela dignidade da profissão docente
Por uma escola pública de qualidade e com futuro.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O momento da verdade


A 17 DE JUNHO SOMOS NÓS QUE “VAMOS” A EXAME
DEPOIS DE 17 DE JUNHO TEREMOS O QUE ESCOLHERMOS
COLEGAS, confrontados com uma “pérola” que dá pelo nome de Mensagem n.º 8 do JNE, o dia 17 de junho tornou-se para todos (mesmo todos) o dia da afirmação ou do “achincalhamento” definitivo da classe docente.
Não pode haver qualquer convocatória que interfira com o direito à greve constitucionalmente definido. Uma convocatória, seja de quem for, não é requisição civil nem configura serviços mínimos. Portanto só não faz greve quem não quer. Só se efetuarão exames se NÓS quisermos.
O dia 17 servirá para “separar o trigo do joio”. No dia 17, com todos convocados, saberemos quais são aqueles que avalizam as medidas que pretendem“espezinhar” os professores e subverter completamente o ensino público em Portugal. No dia 17 não haverá contratados ou efetivos ou QZP’S. Seremos todos apenas PROFESSORES, sem qualquer distinção de vínculo ou função exercida, desde quem leciona a quem dirige. Depois do dia 17 teremos aquilo que NÓS, OS PROFESSORES ESCOLHERMOS.
No dia 17 cada um de NÓS terá que fazer uma escolha. Mas depois do dia 17, cada um terá que viver com a escolha que fizer nesse dia. Cada um terá que ter“arcaboiço” para aguentar com as consequências menos boas que
advenham da sua própria escolha.
E nenhum dos que escolherem pelo facilitismo e pelo “deixa andar que não é nada comigo”, poderá no futuro esperar qualquer gesto de compreensão ou apoio por parte dos que não viram a cara à luta, quando se virem sem horário, sem emprego, sem rendimento ou com o rendimento reduzido, ou quando os mandarem “requalificar-se”.

A HORA DA ESCOLHA SERÁ NO DIA 17

João M. Aristides Duarte

terça-feira, 11 de junho de 2013

Vergonha


Quem tiver ouvido, um minuto que seja, do discurso do Presidente da República no último dez de junho percebeu que Portugal não pode ter a veleidade de esperar encontrar uma solução institucional para os problemas em que estamos submersos. A nossa vergonha é termos como Presidente alguém que não tem vergonha da sua ignorância, antes faz a sua apologia. O discurso do acima citado é o discurso de alguém que deixou de respeitar a instituição que representa, logo deixou de nos respeitar, logo é alguém que não merece o lugar que tem, aceitou ser o boneco articulado de alguns interesses económicos, e ideológicos que estão em sintonia com os dias mais negros da história Europeia. Se alguém duvida, reveja com atenção as palavras do António Borges, Passos Coelho, Carlos Moedas e Gaspar, antes de estarem no governo como depois de se instalarem e chegam à conclusão de que estes seguem uma ideologia pró-fascista, sem dúvida, pelo desprezo que clara e inequivocamente têm revelado pelo povo em geral e pela maneira como paulatinamente têm vindo a destruir aquelas classes sociais que lhes podem, ou poderão vir a levantar-lhes problemas, como a classe média de uma forma geral e em particular, classes profissionais, como por exemplo os professores. Uma sociedade em que impere o liberalismo extremo, equivale a uma sociedade incaracterística a curto prazo, em que definitivamente o país passa a ser um sítio sem direitos, sem identidade, controlado por meia dúzia de grandes empresas e, tal como no passado, pertencendo às tradicionais famílias que controlam o pais há muito tempo, alguns dos novos-ricos, as multinacionais que nos querem comprar e os filhos da corrupção alimentada pelos primeiros.
O embuste da crise, e de que somos nós que a temos que pagar, serve os interesses ideológicos e fascizante destes senhores a quem eu chamaria, gatos-pingados, que parecem trabalhar para alguma casa mortuária, de tal forma nos querem enterrar a todos. Por razões igualmente ideológicas eles atacam o sistema de ensino. A Lurdes Rodrigues abriu a porta e o Crato, pau mandado, aproveita, entrando para levar a bom termo a destruição completa do sistema de ensino, com o pretexto da necessidade de reformar. Primeiro a ignorância convém-lhes, segundo sai muito mais barato uma escola faz de conta (e que poderá assim vir a justificar a necessidade dos privados) do que formar cidadãos atentos, informados e preparados, capazes de uma intervenção crítica num sistema democrático. Se queremos acabar com a pouca e já fraca Democracia Ocidental, começamos obviamente por acabar com o ensino e com o que resta da capacidade reivindicativa dos professores. Enquanto se introduz o ensino obrigatório até ao décimo segundo ano, como forma de afastar os jovens do mercado de trabalho, ao mesmo tempo tudo se faz para que eles andem na escola sem aprenderem nada. Acaba-se com cursos noturnos, acabam-se com disciplinas, altera-se a carga horária, introduz-se uma reforma curricular cujo objetivo é colocar professores fora do ensino, para fazer a vontade a um sinistro ministro e ao seu imoral governo, que a única coisa que mostrou foi ser um fiel criado dos interesses financeiros e políticos daqueles que representa. Os professores, hoje em dia, têm que lutar pelo direito ao trabalho, com condições específicas pelas características da atividade, pelas condições de que precisam para conduzir a bons resultados com dignidade, e qualidade. Precisamos de ser responsáveis, e isso passa por lutar contra este poder sinistro que tomou conta do estado português. O nosso problema passa por termos um governo que perdeu o sentido moral da sua missão, sem sentido ético para a vida, um governo constituído por aldrabões, compulsivamente mentirosos, que não respeitam as suas próprias leis, que perderam a vergonha. No entanto, como é possível um país fazer-se representar por uma triste figura como a do atual Presidente da República, abusivamente presidente porque ele, da forma mais iniqua, se demitiu de nos representar e defender, que é para isso que existe a Presidência da República? É preciso acordar! Tal como antes do vinte e cinco de Abril, as pessoas deste país, e independentemente das suas tendências políticas, têm que lutar contra este poder sinistro que nos corrói o espirito, a dignidade e a vontade, para isso são precisos gestos muito simples mas que têm que ser assumidos em conjunto. Quanto a mim, sou professor e cidadão, fica-me mal dizer o que se segue, mas perante a imoralidade e falta de vergonha desta gente, só me apetece apanhar uma pedra do chão.

Luís Machado

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Emprego

Foto: LUSA
Segundo a Lusa, que cita um estudo do Instituto Nacional de estatística:

Emprego cai para mínimo de sempre.
A economia portuguesa destruiu mais de 101 mil empregos no primeiro trimestre do ano, ou 5,2%, fazendo com que o emprego caísse para o nível mais baixo desde que há registo.”
Crato não ficou satisfeito e está a fazer tudo o que pode para que a destruição seja maior, a estes números preocupantes, pretende juntar mais uns quantos milhares de professores e funcionários das escolas. Será que vamos deixar?

sábado, 8 de junho de 2013

Radical, eu? Não, sou mesmo docente!

As declarações do Sr Ministro a propósito da greve só não são para rir porque,  a sua gravidade e o contexto em que nos encontramos o não permitem. Se pensarmos que desde 1974 os professores fizeram um caminho notável a nível da  conquista de direitos que dignificam a docência e a escola pública e que  de há quatro anos a esta parte se tem vindo a  fazer um caminho de destruição da eescola, pondo em risco o futuro das nossas crianças e jovens, verificaremos que não existe radicalismo nenhum. Uma vida a construir uma carreira, estudar, investir, pensar, repensar... evoluir...adaptar-se... porque ser docente é uma profissão que se constroi todos os dias... constroi-se no saber, que evolui   e nas relações que cada docente tem que invariavelmente , todos os anos criar com os seus alunos. E isso desgasta e muito. Por isso não me venha falar em radicalismos! Amoral e imoral é o comportamento de quem despreza o capital de cultura de uma nação, que constitui os seus docentes. Radical é querer poupar dinheiro à custa de quem trabalha e trabalhou toda uma vida. Isso sim! Isso é que é ser radical!
Manuela Guedes

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Luta docente


Vamos até onde for preciso.
Queremos uma escola pública com futuro. Não aceitamos a escravização docente.
 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Desta vez, a coisa vai ?


Nunca, desde 2008, houve um clima de tão intensa mobilização para a luta por parte dos professores, como existe hoje. De toda a parte chegam notícias de que se está a organizar a sério a greve às avaliações e aos exames. A minha escola, na Guarda (Escola Secundária da Sé), está virada do avesso neste aspecto (era reconhecidamente uma escola em que a mobilização não era fácil). Cerca de 90% dos professores apoiam declaradamente a greve. Realizou-se ontem uma Reunião Geral de Professores que aprovou os objectivos da luta e na qual foi criada uma Comissão de Greve, que está a tratar de todos os aspectos organizativos e de repartição equitativa dos custos dessa mesma greve. Esta Comissão reuniu já com a direcção da Associação de Pais para lhe transmitir o que julgamos ser a identidade de interesses entre professores, alunos e pais, a qual correu muito bem. Bem sei que, nesta primeira fase da luta, a intensa mobilização dos professores não significa ainda a assumpção clara de atitudes de arrojo e coragem, como terá de suceder na fase da greve aos exames. Mas as coisas mudam a cada dia que passa. Talvez para a semana, depois dos primeiros dias da greve às avaliações e dos ataques e declarações do governo e do ministro, a disposição para o combate seja ainda mais visível. Estamos numa encruzilhada decisiva. É preciso fazer tudo para que nenhuma reunião de avaliação se realize em nenhuma escola do país. Este objectivo não é difícil de alcançar e criará certamente um ambiente muito favorável para a fase seguinte da luta.


Leopoldo

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cagam-nos em cima!

O tempo que corre continua a ser de luta e de luta mais feroz! a ferocidade verbalizada por Maria de Lurdes Rodrigues deu lugar a uma ferocidade traduzida já por medidas legislativas com o objectivo de criar a precaridade universal no ensino para a privatização de importantes parcelas suas. A instituição do actual sistema de gestão tinha sido um primeiro passo importante!

E agora?

Correspondendo a esta situação As federações sindicais  uniram-se e realizaram pré avisos de greve às avaliações, aos exames e a uma greve da educação de um dia. No entanto muitos colegas continuam hesitantes ...afinal o que sempre apresentaram como a proposta das propostas, a greve às avaliações, também é dolorosa! Pois colegas, claro que é, exactamente na mesma medida dos ataques a que somos sujeitos! ...Leiam o que li no site  arlindovsky, assinado por JCP, a contudência com que este colega termina esse registo não poderia ser mais adequada!

Agora não, que me dói a barriga.
Agora não, que não sei que mais….
Se é greve um dia, não dá. Devia ser às avaliações.
Se é às avaliações, devia ser aos exames.
Se é aos exames, devia ser na interrupção do Natal, para não criar problemas com os pais.
Se não marcam greves, os sindicatos não fazem nada.
Se marcam greves, que as façam os sindicalistas.
Se prejudicamos os miúdos com a greve, não a devemos fazer.
Se a greve é de um dia e não prejudica ninguém, não vale a pena fazer.
Se é a uma sexta-feira é oportunismo. Se a marcam no meio da semana não faço, pois para perder o dia gostava de ir passar o fim de semana a casa com o meu marido.
Meus caros, independentemente de sindicatos, sindicalistas, dos pais e dos avós, se desta vez ficarmos parados, acabou-se.
Mas acabou-se mesmo. Cagam-nos em cima!



David Luna de Carvalho
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domingo, 2 de junho de 2013

Caros(as) colegas: a minha primeira colaboração neste bologue surge em forma de pergunta!

O Ministro Paulo Portas pede aos professores que não façam greve aos exames... o que devem os Professores pedir ao ao Senhor Ministro Paulo Portas?


Se souberem, por favor coloquem a vossa questão nos comentários por favor!


Cumprimentos a todos(as)!